veja.abril.com.br
Não sou biólogo nem especialista em relacionamento, este texto é apenas uma reflexão baseada na observação.
É comum ouvirmos e lermos comentários de especialistas sobre comportamento humano, mas no meu entendimento por mais científico que sejam eles serão sempre secundários quando não tratarem o ser humano como um animal pertencente à cadeia dos mamíferos.
Minha observação sobre esta espécie, hoje no topo da cadeia alimentar, possibilitou-me invadir o campo de investigação dos biólogos para traçar as linhas delineadoras deste texto que se propõe a tratar de um assunto muito presente no cotidiano dos seres humanos, as relações sexuais.
Na extensa cadeia dos mamíferos praticamente não se vê casais monogâmicos, só encontrei alguns Pandas chineses. Esta constatação levou-me a refletir sobre as ações de repressões para conter este ímpeto nos humanos:
Na idade média durante o processo de dominação da igreja católica sobre as demais formas de poder, foi instituído o celibato, que privava seus pregadores do direito aos prazeres carnais. Outra forma de repressão foi a clausura onde as pessoas se auto-puniam, privando-se do convívio social, por terem praticado atos não sagrados contra o corpo. O açoite era outra forma de auto-punição em que geralmente os praticantes desferiam golpes contra si mesmo até o limite suportável da dor.
muitapimenta.com
Como se vê as punições eram específicas contra o próprio indivíduo. O primeiro antídoto contra os desejos sexuais coletivos, a poligamia, surge com o advento do casamento na sociedade moderna. Não como uma ação jurídica, mas sobretudo como um ato de fé: “aquilo que Deus uniu o homem não pode separar”, ou seja, a partir desse ato todos os desejos sexuais humanos seriam dirigidos a seres únicos e nos tornaríamos Pandas monogâmicos até a morte.
Na sociedade contemporânea a crescente incidência de divórcio e separação na união estável, cada vez mais comuns, nos leva a refletir se o projeto homem Panda fracassou, se aquilo que deveria se tornar um pacto até a morte deixou de ser determinante?
yonepensandoalto.blogspot.com
Analisando o comportamento sexual dos mamíferos percebe-se que o direito à poligamia só é concedido aos machos. Durante séculos os humanos reproduziram essa máxima ao instituírem valores que concediam plenos direitos aos homens de se relacionarem com diversas parceiras, sendo mais comuns em sua juventude. A ruptura com esse modelo surge com o advento do “ficar” que democratiza os mesmos direitos às mulheres de se relacionarem com diversos parceiros sem compromissos. Penso que essa seja uma ação racional da espécie humana.
blogfiladelfia.com
Do primeiro grito de liberdade sexual ocorrido nos anos sessenta aos dias atuais muita coisa aconteceu, o velho paradigma ainda defendido pela igreja católica, “sexo para a reprodução”, já não influencia tanto essa geração que vive a plenitude do amor livre, sem se preocupar se o ato sexual é sagrado, ou profano.