NÃO CORRA RISCOS, SEJA SEDENTÁRIO 4: A SUICIDA

Cuidado! Caminhada engorda
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Estava eu
ali na praça dos Girassóis mais pra lá do que pra cá, muito arrependido por ter
ido naquela médica e agora ter que cumprir sua determinação.
Estava desolado,
me sentindo um bestolado num ambiente hostil. A única coisa que me consolava
era meu uniforme do Vascão. Que como muitos sabem é um time que mesmo quando
perde promove a alegria… Dos adversários, lógico.
Toda vez que
olhava o tamanho do percurso que eu tinha que fazer sentia náuseas.
Confesso que
se eu soubesse que aquela ida ao consultório fosse se transformar numa estadia
no inferno teria lido antes Arthur Rimbaud, pelo menos teria uma orientação
prévia.
Depois de
pensar em todas as possibilidades para não fazer aquele percurso e no final me vê diante do olhar da
médica me vigiando, não houve jeito tive que seguir. Meu consolo era a
esperança de encontrar algo que me animasse no meio do caminho, como por exemplo um vendedor de
pastel que pudesse acompanhar-me o por todo o caminho.
Pra que não
restasse dúvidas de que aquele ambiente não era nada bom, não caminhei 100 mts
já dei logo de cara com uma suicida. A
criatura vinha no morre não morre, rangendo os dentes, fungando alto e o pior,
vindo na minha direção. Por diversas vezes tive a certeza que a respiração ia
faltar, mas não sei como ela conseguia buscar força e trazia o
ar de volta.
Diante do iminente desmaio olhei para ver se tinha dente, afinal em caso de uma respiração boca a boca alguns pré-requisitos são necessários, e senti profundo alívio quando identifiquei a belíssima arcada dentária.

Fiquei completamente
sem ação. Não fazia sentido… Pra que correr num estado físico deplorável como
aquele! As pernas cambaleavam mais do que as de um bêbado diante de um exame de
bafômetro. O cansaço era tão intenso que lhe privava a respiração. A única
explicação lógica que encontrei para o que estava acontecendo foi a de um provável
suicídio em praça pública, para que todos vissem e se prevenissem quanto aos
males de uma caminhada na praça dos girassóis.

E nesse
morre aqui e morre ali ela passou por mim. Ainda olhei duas vezes para trás
para me certificar que o óbvio tivesse acontecido, mas ela continuou correndo
até desaparecer.

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