ZÉ BIRUTA E O ASSASSINO CONFESSO

Casos de bêbados
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Cara, eu estava no bar
de Dona Redonda tomando uma pinga boooa pra cacete! De repente apareceu um sujeito
mal encarado, mais carrancudo do que cara de bêbado mijando.
Ele chegou todo sujo
parecia que havia tomado banho de lama. Olhei pra ele e ele olhou pra mim e
perguntou:
– Posso sentar nesta
cadeira?
– Pode sim! – Falei alto,
mas com tranquilidade.
– Muito obrigado moço, a
última vez que eu pedi pra sentar com alguém, a pessoa não aceitou, então o fiz
virar presunto na hora pra deixar de ser besta! – Besta pra caralho mermão! – O
cara começou falando como se estivesse profundamente agradecido, mas no final
virou a besta fera. Encarava-me com raiva, parecia que ia me morder da mesma
forma que o Soares fez com o ombro do Italiano, ou que Mike Tyson fez com a
orelha do Holyfield
A informação me deixou
preocupado. Podia ser mentira, mas se fosse verdade…
 
 
Ele bebia pinga como
quem toma leite em mamadeira, sugando e fazendo beicinho.
Quando acabou de beber
fez outro pedido:
– Você poderia me pagar
duas cervejas, uma Brahma e outra que não seja aquela que desce redondo? –
Pediu com a brandura de um marido pego em flagrante em quarto de motel.
– Com maior prazer,
garçom uma Brahma e uma Antártica, por favor. – Falei sem encará-lo, afinal seguro
morreu de velho já dizia minha vó.
– Obrigado moço, o
último cara que me negou uma geladinha amanheceu com a boca cheia de formiga…
É isso aí mermão! – O sujeito não gritava, nem batia na mesa, mas fazia questão
que o encarasse enquanto falava. O ódio estampado em seu rosto era assustador
ao ponto dos seus lábios tremularem e seus olhos lacrimejarem.
Enquanto ele falava já
procurava um jeito de correr. Não sabia que tipo de arma portava, mas esperava
uma oportunidade para desaparecer. 
Mal terminou de beber,
ou chupar as cervejas, fez um novo pedido:
– Você poderia me dá
dois conhaques? – Falou brandamente.
– Claro que sim! –
Respondi já pedindo que o garçom os trouxessem o mais rápido que podia.
 
 Só que antes que o
garçom entregasse as bebidas apareceram dois homens vestidos de brando pularam
sobre ele e o imobilizaram numa camisa de força.
Depois de imobilizar o
tal sujeito um dos homens de branco se aproximou e perguntou?
– Que bebida ele lhe
pediu por último?
– Conhaque – Respondi.
– Ainda bem que chegamos
a tempo, estava com medo de que ele tivesse matado mais de doze. – Comentou o
tal sujeito.
– Mais de doze? – Perguntei
com profunda curiosidade.
– Ele mata uma pessoa
depois de cada bebida que lhe é concedida.
– Você está me dizendo
que ele não é um assassino confesso?
– Nunca foi e nunca
será… Ele estava aqui porque fugiu do hospício, tudo que te falou são
loucuras produzidas por sua mente.
– Já aconteceu isso
outra vez? – perguntei por curiosidade.
– Sim, a última vez que
o encontramos havia bebido doze cervejas e matado doze bandidos perigosos.
Imaginem como me senti
sendo um bêbado enganado por um doido. A solução mais prática para transformar
o fracasso em sucesso foi pedir um tranqüilizante à Dona Redonda, doze latinhas
bem geladas e um whisky doze anos.

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