blog.educacional.com.br
Depois que nascem os filhos
A nossa vida vira de ponta a cabeça
Viramos mula velha abestalhada
Pum! Xixi, bosta derramando na fralda
Vômitos e brinquedos esparramados pelo chão
Arroz grudado no sapato
Mãos sujas no prato
Catarro escorrendo feito um chafariz
Cabelo cheio de tinta
E de quando em quando
Nos encontramos pasmos
Diante de um olhar pequenino esbugalhado
Num corpinho mulambento nos panos enrolado
Cagando feito animal no trilho
É esse nosso cotidiano
Depois que nascem os filhos
Passamos andar mais atrasados
Do que o relógio da polícia
Passamos a ter motivos de sobra
Para chegarmos atrasados:
É menino que caga na roupa
Que acabamos de trocar
Que afirma está morrendo de vontade
De fazer xixi
Minutos depois de ter ido ao banheiro
É menino que inventa birra
Pra não sai de casa
Sem o brinquedo
Que acabamos de guardar
E ainda fica bravo
Com a nossa demora em pegá-lo
Como se tudo não bastasse
Ainda temos que ficar feliz:
Quando acorda no momento exato
Que acabamos de deitar
Quando aos prantos nos impede
De falar ao telefone
Quando chora para não comer,
Não escovar os dentes, nem tomar banho
Quando inventa mil motivos
Para não vestir a roupa
Que ele mesmo escolheu
Com seus inúmeros apetrechos e brilhos
É assim descontrolados que ficamos
Depois que nascem os filhos
Nos transformamos em chantagistas
Piores do que terroristas internacionais
Afirmamos que iremos tirar tudo que ele gosta:
Brinquedo que voa e que corre, canta e chora;
Juramos que iremos esconder
O controle remoto e play-station
Gritamos afirmando
Que não iremos mais deixá-lo jogar bola
Nem comer nada que contenha X
Negociamos com o pobre coitado
Sem lhe dar nenhuma escolha
E sem sentir remorso
Que incomode nossos brilhos
É assim insensíveis
Que ficamos depois que nascem os filhos
Nos tornamos mais mentirosos
Que políticos vagabundos
Em período de campanha eleitoral
Para convencê-los a fazer algo que queremos
Prometemos o que nunca iremos cumprir:
Passeio na Disneylândia e no Beto Carrero World
Mesmo ganhando um salário mínimo por mês
Afirmamos que iremos deixá-lo comer
A guloseima que quiser
Prometemos comprar brinquedo caro
Para ser quebrado,
Ou esquecido num canto no dia seguinte
Falamos tudo
E ainda nos sentimos muito tranquilos
É assim irreconhecíveis que ficamos
Depois que nascem os filhos
Nos tornamos emotivos e abestalhados
Como as choradeiras de defunto
Temos a coragem de passar horas
Falando para os outros dos Gestos
E de coisas que eles não tem a menor noção
Nem do porque fizeram
Choramos em apresentações teatrais
Mal feitas de escolas
Só porque apareceu no fundo do palco
Vestido numa personagem
Que nem se quer tinha nome
Mas se falar algo
Choramos como se estivéssemos
Diante de uma declamação de Shakespeare
De uma tela de Monet,
Ou de uma performance do Bolshoi
Nos emocionamos
Quando nos chamam de pai e mãe
Nossa nova identidade
Nos acordando no meio da madrugada
No melhor sono
Sorrimos quando se lambuzam de chocolate,
Beterraba e sorvete
Quando bebem suco e fica aquele bigodinho
Quando fazem careta
E quando brincam de esconde-esconde
Tapando os olhinhos
Quando comprimem os lábios
Tentando em vão assobios
É esse ser feliz e imperfeito que nos tornamos
Depois que nascem os filhos
Nossa! quanta verdade! Mas é maravilhoso não? quem ainda não vivenciou esses momentos mágico, esperan anciosamente que chegue esse dia.
Maravilhoso!!!!
Marli
Max muito lindo…é realmente tudo isso que passamos e sentimos com nossos filhos….são emoções únicas…..intensas….e verdadeiras….que nos impulsionas a seguir a vida a cada dia…..
abração…
Claudia
VC ESTAR COM TODA RAZÃO NÃO EXISTE COISA MELHOR EM NOSSA VIDA DE QUE OS NOSSOS FILHOS, E MAIS TARDE NOSSOS NETOS, TUDO ISTO É UM PRESENTE MARAVILHOSO QUE DEUS OS DAR…
POR ISSO OS AME, RESPEITE,E D/ LIMITES.