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A carta é uma produção de um tempo que antecedeu os e-mails.Ainda sou um apreciador delas.
Esta carta é a porta de entrada para falar um pouco do meu autor preferido. Há uma sensibilidade muito grande nesse escritor. Espero que apreciem.
Quem não viveu a emoção de esperar meses por uma carta não imagina como era emocionante recebê-las pelo correio.
Quem não viveu a emoção de esperar meses por uma carta não imagina como era emocionante recebê-las pelo correio.
Esta carta foi feita no dia 20 de Junho de 1914
Quero mostrar-lhe a coisa mais importante que eu jamais pintei em minha vida, Mary: um retrato – feito de memória – da minha mãe.
É um retrato de sua alma – sem truques estéticos ou técnicos. Ele manifestou-se exatamente da forma como eu queria que se manifestasse. Sua alma está ali, em sua majestade simples.
Eu só consigo ver minha mãe quando fecho os olhos; na verdade a pintura é uma extensão da visão, como a música é uma extensão da audição. Quando crio algo, desejo que alguém pense: “Existem outros mundos, silenciosos, remotos, solitários, distantes – onde a vida se mostra com toda sua intensidade. Vamos até lá”.