ELA NUNCA ENTENDEU

 

 

Ela queria que eu rasgasse a página

E queimasse o poema

Dedicado a um amor do passado

 

Ela nunca entendeu

Que a culpa não era do poema

Mas do poeta reticente

Que numa paixão adolescente

Em silencio o descreveu

 

Ela nunca entendeu

Que palavras de amor

Não se queima

Não se rasga

E não se esquece

 

Ela nunca entendeu

Que há mais fogo nas palavras de amor

Do que na mais ardente caldeira

 

Ela nunca entendeu

O que o universo afirmou:

Nunca haverá

Algo capaz de rasgar

Uma página de amor

 

Ela nunca entendeu

Que não é preciso esquecer

Um doce tempo que passou

Quando podemos viver

O presente que chegou

 

Ela nunca entendeu

Que o amor do passado

Pode ser grande aliado

De um novo que nasceu

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