Do Livro: Sob a Luz do Sol
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A ave voava à procura da vida
A ave voava à procura da vida
Perdida nos sonhos,
Nessa busca atravessou nuvens,
Continentes e mares
Nessa fantasia perdeu-se nas ruas da lua
E não viu o sol nascer na madrugada.
Perdida no porão do mundo
Contemplou uma eternidade de solidão
Sua tristeza comoveu o vento
Que lhe trouxe a essência da sedução
E mostrou-lhe um novo caminho.
Seguiu impulsos delirantes
E voou para a liberdade
A ave sobrevoou a cidade
E foi ao encontro da flor,
Mas a flor não queria ser tocada
Por isso estava entre espinhos.
A ave amou a flor no primeiro encontro,
De olhos fechados e coração disparado,
Apaixonadamente cantou…
A ave entoou a harmonia do universo dos amantes
A flor não resistiu e clamou por um beijo
A ave que amava a flor
Sabia que aquela muralha de espinhos
Era intransponível
E que, portanto jamais a tocaria…
Desiludida a ave voou à procura da vida,
Mas lá no alto
Viu que não tinha mais sentido o seu viver
E por isso decidiu voltar…
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A ave queria exacerbadamente beijar a flor,
A ave queria exacerbadamente beijar a flor,
Mas sabia que depois não lhe sobraria vida,
Mas que sentido tem a vida sem amor?
Pois a indagar-se
Até lançar-se sobre os espinhos
E no acúleo mais agudo
Alcançar o ápice do seu desejo,
O de glorificar-se num profundo beijo
E triunfar no eterno prazer
Da arte de viver-morrer
Como uma estrela.
A ave beijou a flor com espinhos cravados no peito,
Sem sentir nenhuma dor
Porque não existe dor onde há amor,
Onde há amor
Todas as lágrimas são de alegrias…
Não sentiu nenhuma dor,
Porque não existe dor,
Onde há amor,
Onde há amor
Até os dissabores insanos da extinção
Sucumbem diante da beleza incessante da vida.
Lindo poema, o amor supera tudo. Parabens!