OS DRAGÕES DE MINHA TERRA

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Os
dragões de minha terra
Não
gostam do cerrado
Cospem
larvas de fogo
No
araticum, no babaçu
E no
cega machado.
Cultuam
as cinzas
Das
flores dos ipês, roxo, vermelho, 
Branco e amarelo
Não
acham o colorido belo
E vibram
com a destruição
Diante de
uma inerte sucupira no chão
Contam as
maravilhas dos lucros.
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Os
dragões da minha terra 
Não gostam do cerrado
Derrubam
as gameleiras, o jatobá,
O
ingazeiro, o pequizeiro, 
As mirindibas e o pulsar
Sem se
quer pensar
Que o
dinheiro que virá
Ao invés
de uma intensa fonte de vida
Poderá celebrar
A esperança
destruída
Os
dragões da minha terra
Não gostam do cerrado
Estão
transformando tudo 
Em pastos para
criar gado.
Vejam a
incoerência,
Ou o
tamanho da demência
Atribuir
ao gado
Maior valor 
Que toda a riqueza do cerrado.
A um
mísero grão
Que não
faz parte da nossa alimentação
Total superioridade
Aos seres vivos desse chão.
Sem
ninguém pra proteger,
Sem
ninguém pra desfazer
Este
mar de destruição
Vejo o
prenúncio da anunciação
Sinto
tocar nas mãos
As
areias de um deserto
Sem
araras, ariranhas
Sem
formigas
Sem jaguatiricas
Sem tamanduá.
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Sem um
pezinho de flor
Pra
enfeitar uma paisagem
Em
minha volta só miragem
Pra
enfeitar a imensidão
Ao
invés de um canto
Um
pranto
Desencanto
e alucinações

Cansado 
Diante de um cajuí tombado
Grito aos
milhões
Não deixem
os impiedosos dragões
Destruírem
o cerrado!

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