A morte de pessoas marcantes
Na sociedade brasileira, como
Nelson Ned e Reginaldo Rossi,
É o motivo desse texto.
Nos últimos
meses algumas personalidades brasileiras morreram. Em sua maioria foram ídolos
de um passado bem próximo: Nelson Ned, Jorge Dória, Reginaldo Rossi entre
outros.
meses algumas personalidades brasileiras morreram. Em sua maioria foram ídolos
de um passado bem próximo: Nelson Ned, Jorge Dória, Reginaldo Rossi entre
outros.
O que me
chamou à atenção não foi o fato de terem morrido, mas de terem envelhecido. Não
que não ache normal uma pessoa envelhecer. Muito pelo contrário penso que poder
viver as três fazes da vida deve ser motivo de orgulho.
chamou à atenção não foi o fato de terem morrido, mas de terem envelhecido. Não
que não ache normal uma pessoa envelhecer. Muito pelo contrário penso que poder
viver as três fazes da vida deve ser motivo de orgulho.
Mas ver
essas personalidades envelhecidas reportou-me a outro contexto histórico, à
minha trajetória até aqui.
essas personalidades envelhecidas reportou-me a outro contexto histórico, à
minha trajetória até aqui.
Quando era
criança, meus pais e os dos meus amigos eram pessoas fortes, decididas, temíveis,
amáveis, admiráveis e, sobretudo donos de muita sapiência.
criança, meus pais e os dos meus amigos eram pessoas fortes, decididas, temíveis,
amáveis, admiráveis e, sobretudo donos de muita sapiência.
Saí da
cidade e voltei depois de algum tempo. Muitos dos meus amigos já eram pais e
aquelas pessoas que nos ensinaram com seus exemplos estavam envelhecidas, sem
nada da robusteza de outrora, era como se houvessem lhes sugado a vitalidade.
cidade e voltei depois de algum tempo. Muitos dos meus amigos já eram pais e
aquelas pessoas que nos ensinaram com seus exemplos estavam envelhecidas, sem
nada da robusteza de outrora, era como se houvessem lhes sugado a vitalidade.
Uma das
coisas mais estranhas foi perceber que havia me tornado mais alto do que a
maioria daqueles homens que, quando criança, precisa erguer a cabeça para ver
seus rostos.
coisas mais estranhas foi perceber que havia me tornado mais alto do que a
maioria daqueles homens que, quando criança, precisa erguer a cabeça para ver
seus rostos.
Hoje vejo
muitas crianças nas ruas da cidade onde moro e às vezes me vejo sorrindo quando
algumas delas usam os mesmos termos que eu usava quando me dirigia aos pais dos
meus amigos. Mas nada é tão marcante do que vê-las erguerem a cabeça para
falarem comigo.
muitas crianças nas ruas da cidade onde moro e às vezes me vejo sorrindo quando
algumas delas usam os mesmos termos que eu usava quando me dirigia aos pais dos
meus amigos. Mas nada é tão marcante do que vê-las erguerem a cabeça para
falarem comigo.
Hoje compreendo
que o mundo cronometrado em doze tirinhas é uma força imperiosa que nenhum dinheiro
acumulado poderá comprar.
que o mundo cronometrado em doze tirinhas é uma força imperiosa que nenhum dinheiro
acumulado poderá comprar.
Quando vejo
as telas de Monet e Van Gogh. Quando ouço as músicas de Bach e Beethoven e lembro-me dos rostos e dos
sorrisos jovens e velhos dos meus pais me sinto muito grato por está aqui desfrutando
dessa viagem magnífica do tempo e quando chegar minha hora espero ter tido a
dignidade de viver como eles me ensinaram.
as telas de Monet e Van Gogh. Quando ouço as músicas de Bach e Beethoven e lembro-me dos rostos e dos
sorrisos jovens e velhos dos meus pais me sinto muito grato por está aqui desfrutando
dessa viagem magnífica do tempo e quando chegar minha hora espero ter tido a
dignidade de viver como eles me ensinaram.
Meu avô, Luis dos Anjos, viveu as três fases. E como ele mesmo dizia:" é cedo pra se fechar os olhos, deixando para trás tantas maravilhas em um mundo que imaginei não alcançar, e, no entanto, estou eu aqui falando e vendo ao mesmo tempo alguém que está tão longe, mas que o computador a trouxe prá mim… queria ver muito mais esse progresso…isso é fantástico!". Meu avô, na sua simplicidade de homem do campo, que dependia do inverno para sobreviver com boa qualidade de vida, faleceu aos 84 anos de idade. Ele nos deixou uma bela lição para a vida… cultivar bons amigos, sorrir sempre prá vida e quando a vida não quiser sorrir…temos a obrigação de nos tornarmos palhaços. Ele viveu a vida plenamente! Todos os dias, algo faz com que lembremos dele e das piadas que ele mesmo fazia nas mais variadas situações, às vezes ou na maioria das vezes não era prá sorrir… mas, acabava-se rindo… E, quando ele via um dos seus amados chorar… ele chorava junto, para logo depois, sorrirem também. Eu tento viver com a mesma sabedoria…dignidade com que ele me ensinou, isto é, ensinou a todos que conviveu com ele ou o conheceu. Procuro viver com a mesma dignidade que ele viveu.
Meu querido amigo: ao ler esse texto, reporto-me à minha infância e revejo nas suas palavras, as mesmas experiências vividas e revividas. Obrigada por esse belo presente no dia de hoje. A amiga.